Pedaço de chão...

(Foto: Caio Braga)

Saudade de chegar em casa e me jogar no chão da sala... O lugar mais convidativo no final das tardes cansativas, sempre fresco e confortável. Almofada, chão e eu. Era lá nos tacos frios e no tapete pequeno que caía no mais profundo sono, que alcançava o mais alto grau de relaxamento, que tinha os meus melhores sonhos...
Na maioria das vezes acordava desnorteada, achando que já era um outro dia, que estava atrasada, mas a escuridão da varanda me mostrava que não. Acordava como se tivesse dormido na melhor cama do mundo, levantava como se flutuasse e me sentia como se ainda estivesse sonhando... Lembrança desse tempo que as preocupações eram outras, que a mente ainda relaxava sem culpa alguma e que a única coisa que precisava para descansar sem pensar em nada era de um pedaço de chão.

Meu "Não" Mais Sutil...

Não é orgulho ferido, muito menos rancor, apenas escolhi a distância... Teve a chance de mudar, compartilhar, transformar, somar, multiplicar e tantos outros "ARs" que cabem a essa situação, mas só percebeu quando eu estava longe, correndo para o lugar mais distante possível, apagando todos os meus passos para não ter como voltar e nem como ser seguida... Nem percebeu enquanto eu ainda andava por perto, puxava a manga da sua camisa e tentava mostrar que ainda estava alí. 

Não guardo ressentimento, apenas enxergo o afastamento de uma outra forma... Percebi que com ou sem sua presença, a minha vida muda. Então, já que eu mudo de qualquer jeito e já que só sente falta quando corro, para que continuar mantendo por perto se é justamente longe que entendemos tudo? 

Desencanto...

Não falo nem que foi uma decepção, na verdade foi um desencanto... Ou uma série deles...