sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sinta as Palavras


Sinta as palavras, mesmo que a dor ao senti-las faça-te querer gritar para livrar-se da sensação ruim que aperta o peito. Mesmo que fira o coração e a vontade que sinta seja de arrancá-lo com as próprias mãos. Mesmo que as palavras ecoem em sua cabeça e a única coisa que possa fazer seja levar as mãos até as orelhas e apertá-las tanto que escute apenas um zumbido. Mesmo que o tormento o faça querer gritar para livrar-se da sensação de peso...

Sinta as palavras se transformarem em lições, ensinamentos, em caminhos, sinta-as se erguerem e mostrarem que podem se transformar no que você se permite sentir... Sinta a palavra lágrima transformar-se em escorrer, depois em lábios,  em seguida em beijo... Sinta a palavra dor transformar-se em luta, em vitória, em crescimento.

Sinta todas as palavras que escrevo e queria transformar em realidade, mas não posso... Sinta essas palavras saírem de mim e me deixarem livre de todas as sensações que não quero mais para mim. Sinta eu me transformar em você e erro se transformar em perdão. Sinta o amor que existe em todas as palavras que não digo, não demonstro, mas escrevo. Sinta que as palavras são a minha forma de mostrar o que sinto... Sinta-me falar a palavra desculpa e sinta meu sorriso leve, meu alívio.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Feliz 2011!!!

(Dia 01/01/2011 Primeiros raios de sol de um Novo Ano!) 

Agradeci ao pular as sete ondinhas, ao colocar as flores no mar e sussurrar baixinho só para Oxum e Iemanjá me escutarem. Agradeci mesmo sem ainda ter acontecido, mas assim o fiz porque é o único tempo que a eternidade conjuga e os anjos entendem. Obrigada por me fazer esquecer.

Apesar de ter pedido para esquecer, entrei o ano lembrando, mas não da forma melancólica que costumava lembrar, tentando me martirizar por  todos os erros que já cometi. Lembrei dos porquês, das razões, do sentimento que não existe nas palavras vazias que acreditei, e sim em um coração machucado, cascudo e difícil, se forçando a acreditar que foi só uma brincadeira, que aquela história não daria certo... Mas essa não sou eu, eu sou sentimentos, eu sou verdadeira, eu acredito em tudo que sinto, em tudo que beijo, em tudo que me entrego, em tudo que amo... Então por que achar que foi brincadeira?

Era eu misturada na areia, água salgada, nascer do sol e em perguntas se metamorfoseando em minha mente: Vai ser sempre brincadeira? Eu sou de brincadeira? Por que quero transformar meus sentimentos em brincadeira? Eu na areia cavando um buraco que se enchia de água salgada, que se enchia com a luz de um novo ano. Primeiros raios de sol de uma nova vida, vida essa que não quer que eu me leve tão a sério, mas que também não quer que eu me leve sempre na brincadeira, usando como desculpa para mim mesma que não posso sofrer porque é tudo somente uma diversão. A areia, o buraco, a água e minhas mãos me ensinando a dosar o que deveria ser tirado ou mantido para não desmoronar. A quinta hora de um novo ano me ensinando a manter-me firme, sem precisar mentir sobre meus sentimentos, mas deixando claro que a qualquer momento pode chegar uma onda e fazer desmoronar...

“Lá se foi minha construção”, pensei enquanto a água inundava algo que já tinha se transformado em poça. Ri de mim mesma sem saber o que fazia ali cavando e pensando. Deitei no que antes era um buraco e agora era uma larga poça invadida pelas águas. Senti a areia, senti a água, rolei até não sobrar mais nada, nem coração partido, nem questionamentos, nem pensamentos, nem poça. Ri para o novo ano que começava enquanto me transformava em água, areia, raios de sol, sorrisos... Ri tanto que só lembrei de esquecer!