segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Eu e o Palhaço.

(foto: Túlio Noronha)

A figura do palhaço me incomoda, muito provavelmente, por pura identificação. Não tem quem me faça acreditar que embaixo de toda aquela pintura não tenha alguém tentando esconder um rosto triste, insosso e sem graça, para conseguir mostrar o que os outros querem ver. A diferença é que visto um sorriso...


(Essa linda palhacinha foi a única imagem que consegui encontrar e sentir confiança de que poderia voltar a ler esse post e não me assustar)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Le Pendu


As cartas escondidas no fundo da gaveta bagunçada e uma mescla de arrependimento, vergonha e raiva por ter gasto todo o dinheiro que tinha para pegar ônibus até o final do mês com algo que não lhe seria mais útil... Não mais...
Riu sozinha com o pensamento bobo de entrar no ônibus e entregar "o enforcado" para o trocador e passar pela roleta, mas foi repreendida por um outro pensamento de que se pensasse coisas úteis como pensa em coisas idiotas, já seria milionária.

Sem chão



Aquele último sentimento de esperança que insiste em brilhar no coração se apaga por alguns segundos... O chão se abre e desistir nem é mais uma opção, é a realidade.

Sensação estranha de fim de mundo no peito... E talvez seja mesmo. Que comece uma nova vida, um novo eu, um novo tudo! Mas, por favor, que não seja do zero. Dessa vivência não quero levar nem as boas lembranças, que elas fiquem na memória dos que ainda querem se iludir. Quero apenas o sofrimento dos erros, das amarguras, das desilusões e da solidão, para que nunca mais sejam repetidos, ou para que eu já comece acostumada a isso.


(O brilho volta a piscar no peito e eu choro... Sinal de que a esperança voltou, mas até quando?)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Leveza



Sonhei com a minha nova tatuagem hoje. Há anos que sua imagem se forma na minha mente e em rafes espalhados por gavetas, cadernos e pela minha mesa. Ela ainda não saiu do papel, mas já consegui enxergá-la no meu corpo. Entre as costelas e o quadril, pegando uma parte das costas, mas quando eu girava ela mudava de lugar, corria... Voava em mim, leve como seu significado e sua forma.


Acordei pensando em como preciso levitar de vez em quando, me deixar levar com o vento. Já estou muito tempo carregando chumbo nos bolsos. Preciso me transformar em pluma as vezes...

( e o vento a fazer voar as penas...)

domingo, 25 de setembro de 2011

Segredos de Alcova...


Queria pelo menos uma vez conseguir transformar em voz, assumir sem medo a minha vontade... Quero poder sussurrar na sua orelha e sentir o calor ao encostar minha boca em sua pele. Quero sentir seu toque enquanto escuta todos os meus desejos e fantasias, sentir seu corpo arrepiar pelo simples fato de saber que são todos somente pensando em você. Roçar meus pés em suas pernas, meu queixo em sua boca, meu nariz em seu pescoço, meu corpo no seu. Quero que você sinta a minha doçura, força, quentura e não apenas imagine. Quero que arda, que sufoque, que queime e que sinta tudo isso embaraçado a mim. Quero que saiba de tudo isso...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Platão me entende!


Tem que ser assim, porque de outra forma o coração não aceleraria ao te ver passar e o arrepio não aconteceria quando encostasse, sem querer, meu braço no seu. O abraço seria frouxo e não sentiria aquela vontade absurda de te apertar mais forte e sentir seu coração bater. Os olhos não brilhariam, não te olharia que nem boba, meu sorriso não sairia tão fácil  e minha boca não secaria quando você olhasse diretamente para mim. Meu olhar não estacionaria em você, os segundos não se tornariam a eternidade. A vontade não seria de fazer meus horários sempre coincidirem com os seus e minhas mãos sempre tocarem as suas. Meu corpo não esquentaria, não imaginaria como seriam as noites ao seu lado e não desejaria você acordando coladinho em mim de manhã. Deixa como está, deixa eu curtir de longe, admirar de longe, gostar de longe, me apaixonar de longe, pois quando for descoberta, não vou querer você por perto.

domingo, 4 de setembro de 2011

Pisando em Ovos


Queria fazer jus a fama que levo. Queria ser a devassa insaciável, a ingênua sensual, a sonsa ladra, a puta, a despudorada... Só assim sentiria o que é ser metade do que dizem e um terço do que sei que não sou.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Presente de Aniversário


Ganhei essas belas palavras ontem, dia 24 de agosto, do Felipe Oliveira.


"Aniversário da Luciana


Vinte e oito anos são os anos que já se foram
Já não mais os tem, pois passaram.
Mas tens muitos outros que ainda virão.


Que venham dias harmoniosos e de paz
Com cada conquista comemorada com lágrimas
E cada alegria regada com amor.


Se vier algum sofrimento, não desanime
Ele apenas a tornará mais forte
E alimentará a resistência de tua fé.


Seja tua esperança lembrada todos os dias
Para que sejam construídos os teus sonhos
E realizados com a ajuda de Deus.


( Lu, Deus abençoe sempre a sua vida! Felicidades)"




Agora só preciso convencê-lo de criar um blog o quanto antes!


O/\.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cansei...


Se quer verdade, me entregue uma caneta. Se quer ilusão, me entregue uma câmera. Se não quer se machucar, não me pergunte. Se quer doçura, coma um brigadeiro...


Cansei... De novo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Devolva a minha harmônica!


Já terminei alguns relacionamentos amorosos (ou nem tão amorosos assim) e sempre saí perdendo algo, mas nada que me pertubasse muito ou que não conseguisse superar tranquilamente com alguns meses de terapias alternativas como gandaia e vodka...  Só que um desses relacionamentos ainda me consterna por um pequeno motivo, motivo esse que volta e meia toma conta de minha cabeça, que me dói, que me faz sentir raiva de mim mesma por não ter lembrado, no momento que coloquei um ponto final naquela historinha chata, de pegar a minha harmônica de volta.

Poxa, eu tinha um apego tão grande àquela harmônica baratinha, xexelenta, mas que por muitos e muitos anos beijei tentando tirar qualquer som ou barulho que fosse. Era desafinada, mas sempre doce, sempre estava ali ao meu alcance, pronta para me ajudar a esquecer o mundo e soprar todos os apertos que sentia no peito para fora e transformá-los em som, um som só meu... Algumas vezes melancólico, outras alegre, muitas irritante, mas era a minha melodia, a minha música, era o meu beijo de gosto metálico e jeito companheiro que hoje toca nos lábios de outro. 

(Quero meu beijo verdadeiro de volta, ou um outro som que substitua à altura os meus sentimentos)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Feito Fumaça...


Eu sumo mesmo, esse é meu jeito de ser. A solidão me agrada, tornou-se uma grande companheira. Saio de cena antes que possam notar, sem deixar explicações. Saio antes que possam me machucar. Sim, dói de qualquer jeito, mas é uma dor programada e irreal, é a dor que eu crio. Não tenho mais tempo, muito menos paciência para deixar alguém me ferir de verdade. Eu finalizo as minhas histórias.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nós amamos. Vós amais. Eles não amam mais.



Ela dançava, enquanto ria das lembranças que por vezes achou que a fariam sofrer para sempre. Muitas foram as vezes que o aperto no peito a fez pensar que aquela dor seria eterna, que aquele rosto nunca mais sairia de sua memória. Não entendia o porquê de tanto ressentimento ao lembrar de alguém que por muito tempo despertou algo de bom nela. Os sorrisos não mais existiam e não saiam de forma natural quando ela lembrava de todos os momentos passados juntos, o rosto endurecia ao tentar esboçar qualquer rascunho de sorriso amarelo que pudesse sair de seus lábios . Culpa e arrependimento? Não. Apenas a sensação de ter acontecido de forma jogada e debochada, sem levar em conta que ela poderia se machucar. A sensação ruim era de ter se permitido entrar em um jogo que só ela sairia perdendo. Mas naquele dia a sensação ruim passou e ela desceu a rua correndo ao perceber que sorriu por ter entendido. 

Passou um bom tempo depois do último contato, duas ou três vezes os olhares se cruzaram, mas não existia mais nada ali, ou melhor, nada do que existiu um dia. Só restaram, provavelmente, dúvidas e talvez um pouco de raiva por conta do orgulho ferido, mas nada que se possa considerar  bom ou ruim, era um sentimento indefinido. Os corações estavam tranquilos, apesar das mentes ainda martelarem de vez em quando. Talvez realmente tivesse que ter acontecido daquele jeito, talvez o carinho que um sentia pelo outro tinha que ser percebido somente pelo coração e não pela mente tentando entender. Talvez o querer bem fosse representado pelas pequenas lembranças na hora de dormir, quando, as vezes, um pedia pelo outro, timidamente, desejando o bem e que Deus tomasse conta. Muito tempo já havia passado, mas era certo que as lembranças ainda voltavam de vez em quando para os dois, porém eles sabiam que tudo era questão de tempo.Tempo é poderoso e atende a corações despedaçados, era o que ela pensava. Ele não entendia o que tinha ocorrido, mas também não fazia questão de entender, para ele Tempo nada tinha a ver com aquilo... Mas em uma coisa os dois concordavam: Tempo faz esquecer!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Percebendo a real beleza...



Quero poder andar livremente e confiante, sem essa máscara embelezadora. Quero que as pessoas conheçam meus poros abertos, minhas olheiras profundas e saibam a história delas. Saibam que dormi pouco, me alimentei mal, chorei muito, perdi muitas noites, (ou ganhei, vai saber, né?), mas que as minhas maiores rugas de expressão formaram-se por conta da minha felicidade. Que as linhas acentuadas que tenho no rosto são os desenhos dos sorrisos frequentes e risadas constantes que me fazem apertar os olhos. Não sou contra maquiagem, uso sim, mas beleza em pó de nada serve, se você não se embeleza por dentro, se você não dá importância para o que existe além da cara pintada . E, caso um rosto perfeito seja realmente o mais importante para quem quer que seja, que se case com um pó compacto, uma base, blush ou batom... Tenho uma lista grande de sugestões!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Música para a alma!



Antes de começar a escrever por aqui, prometi a mim mesma que não ia postar letras de músicas, pois seria uma forma de me enrolar, escrever menos, boicotar esse exercício, quase compromisso, que tenho comigo de colocar o que sinto para fora. 

Hoje uma grande amiga escreveu para mim e citou o verso de uma música. Disse da tranquilidade que sentiu ao escutá-la e das respostas que teve com ela. Mais uma das coincidências da vida... Meus olhos brilharam ao ler o verso. A música a qual ela se referia é uma oração para mim, teve e tem um significado forte na minha vida. Só dei o devido valor a ela, só prestei atenção em sua letra quando passei por uma situação não muito fácil. Ela me acalmou e vem me confortando há um bom tempo. Virou uma estrela, que ilumina meu caminho e um bom calmante, quando sinto-me inquieta, com pressa e insegura.  Essa música me ensinou muito e me ensina sempre um pouco mais cada vez que a escuto.


Tocando em Frente

Ando devagar por que já tive pressa 
E levo esse sorriso por que já chorei demais 
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Nada sei. 

Conhecer as manhas e as manhãs, 
O sabor das massas e das maçãs, 
É preciso amor pra poder pulsar, 
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente 
Compreender a marcha e ir tocando em frente 
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou. 

Conhecer as manhas e as manhãs, 
O sabor das massas e das maçãs, 
É preciso amor pra poder pulsar, 
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso chuva para florir.

Todo mundo ama um dia todo mundo chora, 
Um dia a gente chega, no outro vai embora 
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz 
E ser feliz.

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso a chuva para florir.

Ando devagar porque já tive pressa 
E levo esse sorriso porque já chorei demais 
Cada um de nós compõe a sua história, 
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.



Tocando em Frente (Composição: Almir Sater e Renato Teixeira)

sábado, 28 de maio de 2011

Frieza



Um trecho dessas conversas que começam do nada e sempre terminam com os dois machucados, porém não precisando necessariamente que um saiba da dor do outro.

- Não sei como você consegue ser tão fria...

- Não entendi... Fria?! O que é ser fria?

- É fazer o que você faz.

- Temos conceitos bem diferentes do que é ser fria. Para mim, ser fria é falar que ama sem amar, é estar com muitas ao mesmo tempo, repetindo os mesmos elogios, as mesmas declarações, as mesmas ladainhas. É não assumir que não é nada além de tesão. É enganar, omitir, enrolar, não querer se envolver. É sugar apenas o que a pessoa tem a oferecer e não deixar nada além de um vazio. Ser frio é ser você. Eu apenas não demonstro, você simplesmente não sente.


- Touché 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A quem interessar possa...



Por que nos permitimos sofrer por pessoas que nem lembram que existimos, ou só lembram em momentos de carência profunda ou pura insegurança, camuflada em “saudade de você”? Passamos bons momentos lembrando, remoendo, sentindo falta de algo que só existiu de forma unilateral... Às vezes passamos horas tentando entender e perguntando se não estamos nos precipitando nos julgamentos, se a pessoa não merece uma segunda chance, ou outra forma de ser vista e interpretada, se o que ela sente é verdadeiro, se é recíproco, se é real... A resposta é não! Para os outros a resposta pode até ser sim, mas o que sentimos, o que passamos, não muda opinião, não muda a forma como são tratados os que sentem esse incômodo. Tentamos nos enganar e achamos que vai dar certo, que, como já dizia o poeta, “todo grande amor só é bem grande se for triste”, mas será que vale à pena acreditar na palavra de quem diz te amar e só te oferece restos e migalhas? Creio que não!

Relacionamentos criam base não apenas nos encontros escondidos, nos beijos de cantinho para ninguém ver, na conversa quente e intensa via msn , nos “eu te amo” sem sentimentos via email, relacionamentos se fortalecem com atitudes, com confiança! Eles existem no poder segurar a mão na frente de todo mundo e pular sem medo, em passar aperto, mas ter o outro para contar, em poder tomar um sorvete na esquina repartindo a mesma casquinha, no ciúme porque você foi trocada pelos amigos do futebol ou porque você foi trocado pelas amigas de balada, existe no bico e nas cortadas merecidas porque ele olhou para a mulher ao lado, ou porque ela recebeu a ligação do ex namorado... Relacionamento é sim poder cobrar, e não a obrigação de ter que chorar baixinho e calada porque um não deve nada ao outro.

Relacionamento é companheirismo, é sentir aperto, mas poder ligar e falar “Olha, seu puto, eu te amo! Venha aqui agora me ver!” e não sentir vergonha por assumir isso... É saber que os momentos são compartilhados com amor, com respeito, alegrias e sem medo de ser descoberto por quem quer que seja. Então, se estar com quem quer que seja, dói, pelo simples fato de você não poder demonstrar abertamente e ver que o outro não se importa com isso, pula fora! Não poder mostrar que está apaixonado, é tornar-se frio, é esconder sentimento, é virar orgulhoso para os outros, enquanto por dentro está machucado e querendo justamente o contrário, declarar o que sente... Então: Olha, seu puto, eu te amo! Venha aqui agora me ver! 
(Esse é o relacionamento que nós merecemos!) 

sábado, 26 de março de 2011

Cão Abandonado.


Não, esse texto não é sobre um cão abandonado, mas foi o motivo que me fez querer escrever esse texto. Aqui em casa tem uma cadelinha. Volta e meia está sem comida, sem água, sem banho, arrastando suas vasilhas para que lembrem que ela existe e está ali. Eu, claro, perco a paciência e reclamo com a dona do bichinho, digo que a cachorra é maltratada, abandonada e só escuto a dona se desculpar com o cão, repetindo sempre a mesma frase: “Vem cá meu cãozinho, te amo, mesmo que eu não limpe seu cantinho ou te dê água e comida.”

Eu te amo, mesmo que eu não te dê atenção... Isso existe? Nessas horas eu paro e penso na vida dos que se dizem largados e esquecidos. Penso nas reclamações que escuto de muitos, quando falam que os amigos não aparecem, que estão enrolando para sair, que não dão atenção, que se sentem sozinhos, abandonados, sem perceber que dão o mesmo tipo de tratamento para os outros seres, independente de cachorro ou humano. É simples responder alguém com um eu te adoro, sem perceber que para adorar ou amar, não basta só falar, tem que demonstrar. Não quero dizer que as frases são ditas sem sentimento, claro que existe um sentimento ali, mas cadê a parte que a gente arregaça as mangas e faz? Muitas foram as vezes que escutei pessoas dizerem querer cuidar de mim, me proteger, me colocar no colo... Cadê?! Muitas foram as vezes que eu mesma disse querer abraçar, beijar, estar do lado, podendo realmente estar... Cadê?!

Como é possível receber um cuidado, se você mesmo não vai lá e cuida, doa atenção a quem necessita naquele momento? Como querer receber algo que você mesmo não dá? Será que escutar um “gosto muito de você” basta para alguém que no momento quer um abraço? Como passar verdade em uma frase dita, quando as atitudes demonstram que você não liga para aquela pessoa, que diz da boca pra fora? Que hipocrisia é essa de reclamar da falta de carinho dos outros, quando nós mesmos não damos carinho a ninguém? Não cuidamos dos mais próximos, dos que estão do nosso lado, reclamamos quando nos alertam sobre nossa insensibilidade, e esperamos dos que estão de fora amor, afeição, atenção, carinho... Estamos nos acostumados a dar e receber frases de demonstração de afeto sem o ingrediente principal, o próprio afeto. Estamos nos acostumando com frases de impacto, bonitas de serem ditas, tocantes, porém sem valor, ocas de atitudes e demonstrações. Uma caixa com uma belíssima embalagem, mas vazia.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Erre, mas fique calada, por favor!


Confessar erros comuns que já cometi é pedir para ser julgada, mesmo todo mundo sabendo que errar é normal, mesmo sabendo que a perfeição não existe. As pessoas parecem se chocar mais com o que você fez e esquecem que fizeram (ou fazem) algo parecido ou até pior. Às vezes contamos ocorridos pedindo ajuda, ou simplesmente para colocar pra fora um segredo muito íntimo, diminuir a pressão, o peso da consciência, pedindo apenas que nos compreendam, que escutem.

Amigos terapeutas existem, claro, mas alguns ainda não sabem discernir desabafos, simplesmente confundem intenções. Um abraço para os desavisados pode significar uma cantada, um elogio uma investida, mesmo que a pessoa demonstre sofrer e estar ali por outra. Erro esse que também pode ser cometido por quem escuta. Um “abre o olho” para alguns pode parecer um conselho, mas para outros pode parecer que o confidente está com inveja. Independente do lado, todo mundo erra!

Pessoas são julgadas eternamente por seus erros, mesmo quando se arrependem verdadeiramente.  Tiro isso por mim, que enxergo a desconfiança estampada nos olhos de quem me vê e nas atitudes dos que dizem entender, relevar e não se importar... Fico me perguntando se valeu à pena abrir meu coração e minha boca grande para quem julgava ser de confiança, mas depois vejo que não adianta questionar o fato, uma vez que o tempo não volta atrás e não adiantaria nada pensar a respeito, pois não mudaria a cara de quem me olha. Melhor mesmo é continuar com a minha terapeuta, pelo menos ela é paga para escutar meus chatos desabafos...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Não Direi Mais

(Imagem: Carybé)

Às vezes a gente se larga e não quer acreditar em mais nada, aí Deus arranja um jeito de nos encorajar de formas bem simples. Recebi essa oração - que, infelizmente, não sei a autoria - de uma irmã de fé, em um desses momentos que achei que o melhor era desacreditar...

Não direi mais "não posso", pois Ogum me trará a persistência, determinação e tenacidade para conseguir.


Não direi mais "não tenho", pois Oxossi me dará a energia vital para trabalhar e obter.

Não direi mais "não creio", porque Omulu me ensinará a ter fé e a compreender e aceitar meu karma.

Não direi mais "sou fraco", porque Oxum me trará equilíbrio emocional, Iemanjá a auto-estima e Iansã clareza de raciocínio para que eu entenda as minhas limitações.

Não direi mais "não sei", pois Xangô me trará o conhecimento, para que eu o use com discernimento e justiça.

Não direi mais "estou derrotado", porque aprendi com cada entidade da Umbanda que nada supera a força de sermos filhos de Deus.

Não direi mais "estou perdido", pois encontrei a Umbanda, que com a luz do amor e da caridade, iluminou minha alma e me deu um caminho.

Saravá!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Até qualquer dia...


O estrago está feito... Esse é o momento que recolho minhas coisas e sumo no mundo.

(Lê-se: Cabeça cheia... Esse é o momento que pego minhas desilusões, paranóias, culpas, traumas, medos, dores, fracassos, arrependimentos e fujo para o meu mundo).

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sinta as Palavras


Sinta as palavras, mesmo que a dor ao senti-las faça-te querer gritar para livrar-se da sensação ruim que aperta o peito. Mesmo que fira o coração e a vontade que sinta seja de arrancá-lo com as próprias mãos. Mesmo que as palavras ecoem em sua cabeça e a única coisa que possa fazer seja levar as mãos até as orelhas e apertá-las tanto que escute apenas um zumbido. Mesmo que o tormento o faça querer gritar para livrar-se da sensação de peso...

Sinta as palavras se transformarem em lições, ensinamentos, em caminhos, sinta-as se erguerem e mostrarem que podem se transformar no que você se permite sentir... Sinta a palavra lágrima transformar-se em escorrer, depois em lábios,  em seguida em beijo... Sinta a palavra dor transformar-se em luta, em vitória, em crescimento.

Sinta todas as palavras que escrevo e queria transformar em realidade, mas não posso... Sinta essas palavras saírem de mim e me deixarem livre de todas as sensações que não quero mais para mim. Sinta eu me transformar em você e erro se transformar em perdão. Sinta o amor que existe em todas as palavras que não digo, não demonstro, mas escrevo. Sinta que as palavras são a minha forma de mostrar o que sinto... Sinta-me falar a palavra desculpa e sinta meu sorriso leve, meu alívio.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Feliz 2011!!!

(Dia 01/01/2011 Primeiros raios de sol de um Novo Ano!) 

Agradeci ao pular as sete ondinhas, ao colocar as flores no mar e sussurrar baixinho só para Oxum e Iemanjá me escutarem. Agradeci mesmo sem ainda ter acontecido, mas assim o fiz porque é o único tempo que a eternidade conjuga e os anjos entendem. Obrigada por me fazer esquecer.

Apesar de ter pedido para esquecer, entrei o ano lembrando, mas não da forma melancólica que costumava lembrar, tentando me martirizar por  todos os erros que já cometi. Lembrei dos porquês, das razões, do sentimento que não existe nas palavras vazias que acreditei, e sim em um coração machucado, cascudo e difícil, se forçando a acreditar que foi só uma brincadeira, que aquela história não daria certo... Mas essa não sou eu, eu sou sentimentos, eu sou verdadeira, eu acredito em tudo que sinto, em tudo que beijo, em tudo que me entrego, em tudo que amo... Então por que achar que foi brincadeira?

Era eu misturada na areia, água salgada, nascer do sol e em perguntas se metamorfoseando em minha mente: Vai ser sempre brincadeira? Eu sou de brincadeira? Por que quero transformar meus sentimentos em brincadeira? Eu na areia cavando um buraco que se enchia de água salgada, que se enchia com a luz de um novo ano. Primeiros raios de sol de uma nova vida, vida essa que não quer que eu me leve tão a sério, mas que também não quer que eu me leve sempre na brincadeira, usando como desculpa para mim mesma que não posso sofrer porque é tudo somente uma diversão. A areia, o buraco, a água e minhas mãos me ensinando a dosar o que deveria ser tirado ou mantido para não desmoronar. A quinta hora de um novo ano me ensinando a manter-me firme, sem precisar mentir sobre meus sentimentos, mas deixando claro que a qualquer momento pode chegar uma onda e fazer desmoronar...

“Lá se foi minha construção”, pensei enquanto a água inundava algo que já tinha se transformado em poça. Ri de mim mesma sem saber o que fazia ali cavando e pensando. Deitei no que antes era um buraco e agora era uma larga poça invadida pelas águas. Senti a areia, senti a água, rolei até não sobrar mais nada, nem coração partido, nem questionamentos, nem pensamentos, nem poça. Ri para o novo ano que começava enquanto me transformava em água, areia, raios de sol, sorrisos... Ri tanto que só lembrei de esquecer!