domingo, 31 de março de 2013

Suma depressa, por favor.

A partir de hoje não penso mais em você. Se não tenho atitude de assumir o que sinto, também não mereço ter você em meus devaneios. 

terça-feira, 19 de março de 2013

Duelo


Quando o dia não começa bem, já preparamos o terreno, fechamos um pouco o sorriso, nos escondemos...
Mas quando ele começa bem e, do nada, fica péssimo, ficamos naquele duelo, sem saber se é melhor sorrir ou fechar a expressão. O que acaba resultando no meio termo: uma estranha cara de bunda.

(em respeito a quem possa algum dia ler esse post, não colocarei nenhuma imagem de cara de bunda)

quarta-feira, 13 de março de 2013

Almoço, pinguim e a essência das coisas.

(Durante um almoço, na frente da televisão)

- Já começou o jornal?

- Não sei, estou assistindo Pingu...

Ele senta ao lado dela e, depois de uns 15 muxoxos vendo do que se trata Pingu, reclama:

- Não entendo como você consegue assistir isso. Que maldito pinguim aprende a tocar acordeom tão bem em um dia?

Ela olha com desprezo para ele e responde:

- O mesmo maldito pinguim que tem um acordeom!


Tem gente que não entende a essência das coisas... Não adianta explicar...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Como aprender a ser forte?




Por algumas semanas senti um antigo prazer, prazer esse que não sentia há alguns bons anos, dez anos para ser exata. Viver sem dor é uma regalia que não possuo. Sofrer de dor crônica é como se apaixonar perdidamente e não ser correspondido. Às vezes a dor é tanta que achamos que ela nunca sumirá, outras vezes ameniza e respiramos um pouco mais aliviados, mas a dor continua ali presente.  A única diferença é que a paixão um dia acaba, já a dor crônica permanece. Essa sim é fiel! Faça chuva, faça sol, qualquer hora do dia, momentos felizes ou tristes... A eterna companheira.

A possibilidade que tive, mesmo que invasiva, de parar de sentir dor, me fez feliz por um breve período. Lembrei da sensação da felicidade completa e livre de poder fazer tudo. Da minha infância leve. De descer as escadas correndo o mais rápido que podia, pulando quantos degraus minhas pernas pudessem ultrapassar, ou não, com meu joelho eterno e meu tornozelo firme. As quedas eram uma questão de puro desequilíbrio causado pela pressa, pela agitação, pelo simples fato de poder correr e de ser imune a tudo, pelo menos até o momento do tombo... Mas, mesmo com os tombos, quedas, joelhos ralados, testa partida e queixo cortado, eu voava livre. Hoje, se Deus me perguntasse nesse exato momento o que estou achando de tudo, diria que fui muito feliz até a última vez que consegui voar sobre as escadas e teria parado tudo naquele instante. Teria parado na dor ingênua de criança. Na dor que eu sabia que tinha causado por correr demais, pular demais, aprontar demais, mas que podia chorar, gritar e espernear, porque  fazia sentido, porque era visível aos olhos. 

A dor de hoje é sim comprovada por exames, por inchaços, por cicatrizes, por passadas falseadas e desequilibradas, mas é tão inexplicável que chega a ser invisível.  E o choro dessa dor é contido, é escondido, é engolido. É um sofrimento que torna qualquer um impotente, porque, muita vezes, causa sensações ainda piores que a dor em si, causa incertezas e inseguranças... E nesse momento a dor passa de fator de impedimento para porto seguro. Torna-se a desculpa para o medo de não saber o que fazer com todas as limitações causadas por ela. A tristeza não é pela dor física e sim pela insegurança que ela causa. O medo não é de sentir dor - pois isso é rotina... - o medo é de não ser forte o suficiente, de não descobrir  a tempo como viver plenamente. Talvez eu nunca descubra, talvez meu aprendizado nessa vida seja esse...